sexta-feira, 3 de junho de 2011

Um poema de Ferreira Gullar


Mau despertar

Saio do sono como
de uma batalha
travada em
lugar algum

Não sei na madrugada
se estou ferido
se o corpo
        tenho
       riscado
de hematomas

Zonzo lavo
       na pia
os olhos donde
ainda escorrem
uns restos de treva.

agosto de 1997