quinta-feira, 24 de março de 2011

Poema - Heli Pereira

Segue uma postagem carinhosamente para Heli Pereira, que também escreve e muito bem por sinal, como nesse poema delicioso de jogar, brincar, manejar, arrumar, escolher..... as Palavras.


Palavras,
suaves pétalas,
férreas espadas.
Multidão delas aladas,
          as ideias

Dizer: organizá-las;
cuidadosamente manejá-las,
ciência de jogador.

Palavras,
como me encantam!
De tal forma suplantam
diante delas paraliso
(em êxtase)
num canto

[bela desculpa para minha incapacidade de movê-las]
Heli Pereira



Publicado  no periódico do Diretório Acadêmico de Letras e Artes da UEFS - Ano 01/ nº04 - Maio/junho 2009.

quinta-feira, 17 de março de 2011

Uma discussão sobre cânone a partir da crítica na produção literária de Jorge Amado

Por Joelson Santiago Santos
  A crítica e o cânone: Correlações
Na fala de Harald Bloom (pesquisador que se tornou bastante reconhecido e polêmico por conta de sua abordagem de defesa de uma crítica literária elitista e desvinculada de questões sócio-culturais) verificada no texto: Uma elegia para o Cânone temos uma abordagem fechada sobre a formação canônica ocidental, no sentido de tentar defender uma base totalizadora, inquestionável e inabalável do ponto de vista de sua formação. Sendo essa visão pautada no valor estético de uma obra e do crítico literário com um ser de sensibilidade artística e intelectualidade superior aos demais leitores.

quarta-feira, 16 de março de 2011

Quem sou...

Um sonho de Ìcaro,
Gabriela, carregada no cravo
E muita, muita canela.
Sou para...
Dócil
Paradoxo
Amplexo, perplexo, oh!
Um ilusor, ou seria um imitador?
Tudo! Alter e Ego.
Ego solto em galáxias, nos anéis de Saturno, ou até vagando pelo Hades.
Alter  imerso em águas do mar, insular ou até lunar.
Isso é duplo?
Múltiplos!
Eus, outros, tantos....

sábado, 12 de março de 2011

Ricardo Reis: o elemento clássico de Pessoa

O homem considerado com um ser múltiplo e consciente da sua temporalidade são questões muito vinculadas na produção literária da modernidade. Dentro desse viés, podemos dizer que temos uma poética que segue tentativas de representação de uma vontade literária que se amplia, multiplica-se, alinha-se ou contradiz-se como os próprios contornos da modernidade. Imerso nessa realidade caleidoscópica está o poeta português Fernando Pessoa que buscou através de sua obra responder sob diversas perspectivas essa realidade paradoxal, dentro dessas construções temos o clássico Ricardo Reis, com sua faceta racional de conceber a vida :

terça-feira, 8 de março de 2011

Com licença poética - Adélia Prado


No dia internacional da Mulher segue uma homenagem em forma de poema de autoria de Adélia Pardo escritora mineira publicado no livro de poemas Bagagem (1976). 
Quando nasci um anjo esbelto,
desses que tocam trombeta, anunciou:
vai carregar bandeira.
Cargo muito pesado pra mulher,
esta espécie ainda envergonhada.
Aceito os subterfúgios que me cabem,
sem precisar mentir.
Não sou tão feia que não possa casar,
acho o Rio de Janeiro uma beleza e
ora sim, ora não, creio em parto sem dor.
Mas o que sinto escrevo. Cumpro a sina.
Inauguro linhagens, fundo reinos
– dor não é amargura.
Minha tristeza não tem pedigree,
já a minha vontade de alegria,
sua raiz vai ao meu mil avô.
Vai ser coxo na vida é maldição pra homem.
Mulher é desdobrável. Eu sou.