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Não adianta fingir
que o tempo não passoucom os seus pendões vacilantes
de cortejo fúnebre.
Fingir que o rosto não foge
ao sarcasmo dos espelhos.
Que os deuses não zombam
do sorriso trincado dos velhos.
Fingir que ainda restam
vestígios da antiga chama.
— Sob o desenho das rugas
só o silêncio nos ama.
Francisco Carvalho
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