No último dia 30 de março, o jovem J. L.S. M. (Juninho), 25 anos, residente no bairro Baraúnas, foi morto a tiros por homens até o momento (não) identificados, como foi registrado na impressa feirense nas seções policiais no dia. Mas assim, como tantos outros registros da nossa imprensa sobre crimes contra jovens faltou uma análise, ou ao menos uma reflexão ─ ainda que vã ─, de um fato social que cada vez mais toma maiores proporções, no nosso dia-a-dia: a banalização do assassinato de jovens ligados ou não ao tráfico de entorpecentes.
As estatísticas de violência urbana apontam, há muito tempo, para a população da periferia como as maiores vítimas dessa dinâmica atroz da nossa sociedade; que, na maioria da vezes, responde apenas com as expressões: "mais um..." ou "menos um...". Ambas são emblemáticas, pois representam posicionamentos políticos, pontos de vista, opiniões em relação a essa realidade.
Vale trazer aqui o registro de que essas duas expressões: "mais um, menos um" aparecem no filme Abril despedaçado de Walter Salles, como uma alegoria da implacabilidade do tempo que, na perspectiva da película, conduz para a morte (matada). Através dessa leitura fílmica deixo o reflexão: até que ponto essas expressões têm implicações em nossas vidas, ou até quando?
Joelson Santiago
Texto publicado em 03 de abril de 2011 no blog Coloquei a Baraúna no Coração.
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