segunda-feira, 14 de dezembro de 2020

Mirantes, de Roberval Pereyr

 O livro Mirantes, de Roberval Pereyr, reúne 80 poemas densos, concisos e atravessados por reflexões/problematizações de um eu lírico diante dos seus dilemas, das lacunas da subjetividade e da busca por uma unidade homem/palavra/mundo através da poesia.

Podemos perceber na leitura de Mirantes, um sujeito poético posicionando num ponto elevado da experiência, onde vai revelando um largo horizonte através de uma linguagem  imagens poéticas, que para ele é conhecimento, trabalho, mas também paixão, através de composições que (re)criam o ser e não apenas revela “o que é” ou “como deveria ser”. Constitui-se, assim, uma forma particular de perceber a realidade, na qual linguagem comum não consegue expressar.

A imagem poética, de acordo com Octávio Paz, funciona como um meio de cobrir essas lacunas que a linguagem é incapaz de suprir, pois ela funciona como um elemento revelador, e ao mesmo tempo, sintetizador da pluralidade da percepção humana, apresentando-nos mais do que descrições ou representações, propondo-nos saberes e sabores contidos na experiência de vivenciá-las. Em síntese, a imagem literária delineia o indizível e nos propõe a (re)conhecer o ser, assim como os versos do poeta Roberval Pereyr.

Por Joelson Santiago

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